Além das 24 feiras acompanhadas, os produtos têm a comercialização
garantida pelas compras governamentais, por meio do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição Alimentar (PAA) e também nos
municípios onde residem.
Em 2012, por exemplo, a Emater prestou assessoria técnica aos
agricultores familiares visando a expansão da agroecologia por meio de cursos,
oficinas e eventos como ‘Dia de Campo’, que levavam palestras e oficinas
abordando o desenvolvimento sustentável, a transição agroecológica e a
convivência com o semiárido.
Segundo o presidente da Emater, Geovanni Medeiros, o sistema alimentar
sustentável vai desde o plantio até a mesa do consumidor, buscando produzir
alimentos saudáveis de forma a garantir as necessidades nutricionais da
população enquanto protege e garante as necessidades das gerações futuras.
Um exemplo de agricultor familiar que absorveu a prática é o senhor
Francisco Lacerda de Andrade (Tiquinho) da comunidade rural do Madruga, em
Cajazeirinhas, no Sertão. Ele cultiva hortaliças livres de agrotóxicos,
utilizando adubação orgânica (esterco de curral), combate pragas e doenças com
inseticidas naturais. “Isso significa mais saúde para o consumidor final,
aquele que compra seus produtos”, afirmou o extensionista Zildo Vicente.
Hoje, na região, Tiquinho é considerado um modelo de agricultor familiar
e a Emater está presente em sua horta com assessoria técnica na hora da
produção e também na comercialização. Antes, ele só cultivava coentro, mais foi
incentivado pelo técnico Zildo Vicente a diversificar a sua produção com novas
culturas como alface, cebolinha, quiabo, pimenta, tomate, pimentão, beterraba e
cenoura. O agricultor já foi cadastrado para fornecer ao PAA (Programa de
Aquisição de Alimentos) e ao Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) no
município, e o excedente da produção comercializa na zona urbana.
Toda água utilizada para irrigação das hortaliças é oriunda de um poço
amazonas construído na propriedade, com apenas seis metros de profundidade e
que, segundo o agricultor, nunca secou, mesmo com a estiagem que vem ocorrendo
desde 2012. “Estamos elaborando um projeto para que ele mude o método de
irrigação convencional para a irrigação localizada (microaspersão e
gotejamento). Isso vai gerar uma grande economia de água e terá uma melhor
eficiência do sistema”, informou o técnico. O agricultor já foi também
cadastrado no programa Tarifa Verde para se beneficiar da redução dos custos
com energia elétrica.
“Todas essas ações mostram que é possível produzir alimentos no
semiárido, mesmo em plena seca, quando se tem a assessoria técnica continuada e
orientando os trabalhos na agricultura familiar”, disse.
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