05 outubro 2021

Matéria: Encontro debate agroecologia e combate à fome em Mato Grosso

 Fonte: AgoraMT

O desmatamento na floresta, destruição do Cerrado, escassez hídrica, uso de agrotóxicos e a fome que assola o estado campeão em produção de carne e grãos são os debates da Primeira Semana de Agroecologia de Mato Grosso. O objetivo é ir além dos problemas e apresentar caminhos de transição para um novo modelo de agricultura livre de veneno, desmatamento e que assegure soberania alimentar a todos. A proposta é fomentar a Agroecologia como um caminho para soluções.

Os debates envolvem pesquisadores, agricultores, ambientalistas de todo país que vão se reunir entre os dias 4 e 10 de outubro, durante o evento virtual para tratar do tema “O agro sem o veneno do agronegócio”. Os debates são gratuitos e serão transmitidos ao vivo no canal do YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCc9MIKzlESwLeibwLQk7k9g) e nas páginas do Facebook das entidades parceiras do evento (lista no final).

A semana tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre os benefícios da agroecologia, da produção e do consumo de alimentos orgânicos. Serão desenvolvidas atividades educativas e culturais relacionadas à produção agroecológica e ao equilíbrio ambiental.

A Semana de Agroecologia conta  com uma programação extensa  de mesas de debate e palestras.  Entre os convidados do evento participam Luiz Zarref,  do Movimento Sem Terra (MST),   o líder indígena Typju Myky,  o teólogo, escritor, filósofo e professor universitário  Leonardo  Boff, e o pesquisador da Fiocruz e UFMT, Wanderlei Pignati.

Caminhos para enfrentar a fome que voltou a assolar a população também serão foco dos debates. “Falta prioridade dos governos para alocar recursos e atender a população que precisa. Também faltou um modelo de desenvolvimento econômico que dê oportunidade às pessoas de produzir, ter trabalho, renda e alimento nas mesas. O Caminho da Agroecologia além de ser socioambientalmente sustentável é lucrativo. É possível produzir com o conceito da agroecologia, gerando mais renda e riqueza que o agronegócio”, diz Lúdio Cabral, médico e deputado estadual de Mato Grosso, autor da Lei nº 11337/2021, que idealizou os debates.

FOME
Muitos representantes de organizações de base do terceiro setor também devem participar dos debates. “Os temas são aqueles que giram em torno da problemática do Estado, que importa em torno de 80 a 85%  do alimento  que consomem. É falso dizer que o Brasil alimenta o mundo  enquanto a população passa fome, ou seja,   a  comida,  por exemplo, o  que se produz  e que  se consome na mesa do mato-grossense, vem de fora,   exceto alguns alimentos como mamão, melão,  banana, alguns alimentos que se produz aqui na agricultura familiar, pois  grande parte são  exportados”, enfatizou Herman Oliveira, o representante do Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente  e Desenvolvimento (Formad), que será um dos coordenadores do painel  sobre o  tema  “Agroecologia e Saúde Socioambiental : ZSEE em  perspectiva“.

O encontro sobre a democratização do uso do solo em Mato Grosso será no dia 6 de outubro, quarta-feira, a partir das 18h.

Herman Oliveira relembra que a agroecologia é um debate político e não apenas uma prática agrícola. “A agroecologia diferente dos orgânicos, não é só uma prática, exclusivamente voltada para o campo agrícola, e sim uma discussão política, comportamental e de cuidados com o meio ambiente”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário